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5 de abr de 20172 min

NOTÍCIA ZERO HORA - COLUNA MARTA SFREDO

Quarta, 05 de Abril de 2017

Quarta, 05 de Abril de 2017 Atualizado às 11:36

Privatização em debate Por: Marta Sfredo
 

 
É PRECISO ACENDER A LUZ SOBRE A CEEE
 

 
Só com esclarecimento amplo gaúchos poderão construir sua posição consciente a respeito da situação atual e do futuro da companhia
 

 
Agora que não resta dúvida de que o governo do Estado pretende aprovar a dispensa de plebiscito para privatizar ou federalizar a CEEE na Assembleia, é preciso acender as luzes sobre a empresa. Só com esclarecimento amplo os gaúchos – tanto deputados quanto eleitores – poderão construir sua posição informada e consciente. Há um grupo que não aceita sequer discutir a hipótese e outro que gostaria de desligar a chave que liga a empresa ao Estado sem debate, mas a exposição clara das fortalezas e das fraquezas da companhia é a única forma de construir uma solução equilibrada.
 

 
Para o governo, não interessa desvalorizar um ativo que poderá ajudar a reforçar seus cofres. A CEEE não se equilibra desde que a privatização parcial das áreas de distribuição deixou para trás o pagamento dos funcionários do tempo em que a empresa era uma autarquia – por isso são chamados de ex-autárquicos.
 

 
Esse peso extra deveria ter sido absorvido pelo Tesouro, não pela companhia, uma vez que decorria de uma decisão de Estado. Agora, tornou-se parte do custo, mas a agência que define as regras do setor, a Aneel, não reconhece como despesa a ser remunerada.
 

 
Quem sugere que a empresa deve continuar pública destaca o fato de nunca ter recebido aporte do governo do Estado, apesar dos sucessivos prejuízos. Se houve tempo em que esse argumento era aceitável, já passou. Um poder que não tem recursos para pagar em dia o salário dos servidores tampouco terá para reforçar uma empresa combalida, em um setor que não considera ser típico de Estado. Também acenam com a possibilidade de receitas extras futuras, como a que no ano passado, ao menos para fins contábeis, permitiu que a companhia registrasse lucro de R$ 396,6 milhões.
 

 
A delicada situação financeira da CEEE estava clara para o atual governo desde a posse, em 2015 – para muitos gaúchos, desde muito antes, mas a data vale para fazer um corte histórico e de responsabilidades. Em mais de dois anos, pouco foi feito para enfrentar, de fato, a precariedade do caixa.
 

 
No ano passado, houve quase duas dezenas de demissões, mas o projeto de ajuste avançou pouco além disso. A falta de plano, disposição ou vontade de enfrentar o problema não é deste governo: a situação se arrasta quase sem alterações há pelo menos quatro mandatos. É hora de decidir.”
 

 

 
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Fonte: JORNAL ZERO HORA - 05/04/17 - PAGINA 16

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